05/06/2011

O EMPREENDEDORISMO ESTÁ MUDANDO A REALIDADE DE MULHERES DO CAMPO.

 É o caso da associação de Associação das Mulheres do Rio Vermelho (AMURV) do assentamento Rio Vermelho em Niquelândia-Go . Apoiada pelo Convênio entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE em Goiás), visa promover o desenvolvimento social, ambiental, técnico e econômico dos assentamentos rurais do Estado Goiás.

O empreendimento, que começou menos de 2 anos com um grupo de mulheres produzindo doces em uma cozinha improvisada. A produção da matéria-prima vem do próprio assentamento.

A Consultora Lívia Pelá Corrêa, lembra que investimentos como o de capacitação, realizados pelo SEBRAE-GO e instituições parceiras, levaram a gestão empresarial no assentamento.

Associação se dedica à tarefa empreendedora de unir e auxiliar a gestão do projeto. A presidente da AMURV  Diana Grebrim  se orgulha ao “falar das conquistas como a construção da cozinha coletiva para a fabricação de alimentos em faze final. A doação da empresa Consul através do Projeto Consulado Da Mulher onde fomos contempladas com a doação de 2 frízer, 2 geladeiras, 2 micro-ondas, 2 fogões tudo com auxilio da consultoria do SEBRAE-GO”.
A mini agroindústria de fabricação de doces em faze final de montagem no assentamento Rio Vermelho em Niquelândia-GO ira aquecer a economia da agricultura familiar da região.
This applies to the Association of Women's Association of the Red River (AMURV) of the Red River settlement in Niquelândia-Go. Supported by the Agreement between the National Institute of Colonization and Agrarian Reform (INCRA) and the Department ofMicro and Small Enterprises (SEBRAE Goias), aims to promote the social,environmental, technical and economic development of rural settlements in the GoiasState

The project, which began less than two years with a group of women producing sweets in a makeshift kitchen. The production of the raw material comes from the settlement itself.

The Consultant Livia for the trip, remember that investments such as training, conductedby SEBRAE-GO and partner institutions, led to corporate management in the settlement.
 
Association dedicated to entrepreneurial task of uniting and assisting the managementof the project. The president of AMURV Grebrim Diana is proud to "speak of the achievements as the construction of collective kitchen for making food in the end do. Thedonation through the company's Consul Consulate Women's Project where we werecontemplated with the donation of two freezers, two refrigerators, two microwaves, twostoves everything with the help of consulting SEBRAE-GO. "
 
The small agro-industries in the manufacturing of sweets do final assembly in the Red River settlement in Niquelândia-GO will boost the economy of the family farm.

Assentadas rurais no circuito da resistência: invertendo papéis?


Ao assumir o comando de atividades produtivas, as assentadas têm se contraposto aos modelos tradicionais empenhados em naturalizar a divisão do trabalho e da vida cotidiana entre homens e mulheres.

Esta atribuição de papéis, exigências e expectativas são sociais e não biológicas, por isso podem variar no tempo e no espaço. Então, ainda conforme Brumer (2005), os assentamentos de reforma agrária são locais privilegiados para o estudo de gênero, porque a construção desse espaço social tem por base a mudança de condições sociais. Com as novas exigências da modernidade, cresce a necessidade da mulher rural ter outras ocupações para obter renda, então passam a cortar cana nos locais onde antes faziam agricultura de subsistência e extrativismo, passam a fazer faxina e ter outras ocupações nas cidades, ao invés de cuidar de suas próprias casas. De igual modo, elas passam a beneficiar produtos no interior da propriedade para vendê-los. Se a mulher não trabalha para obter dinheiro, sua reputação é cada vez pior (WOORTMANN, 1993).
Essa situação explica, talvez, o número significativo e crescente de mulheres que trabalham como assalariadas fora do assentamento. O fato de desenvolverem atividades destinadas a complementar a renda agrícola parece compatível com a concepção de que sua função produtiva vai subsidiar, ajudar. Em algumas situações, se assalariam como forma de aumentar a renda e o investimento no lote, em outras, aparece claramente a vontade de se livrar das formas, mais ou menos dissimuladas, da violência de gênero. Retrato de um mundo de relações novas, cujas fronteiras lhes são, às vezes, totalmente desconhecidas, as mulheres não participam, via de regra, da tomada de decisões na administração e no planejamento dos lotes. Não têm, em seu passado recente, experiências de um trabalho cooperativo, mas convivem com a combinação das forças reguladas pelo tempo disciplinado. Em muitas situações, as mulheres assentadas, ex-bóias-frias, nunca haviam tido oportunidade de tomar decisões sobre seu tempo de vida e de trabalho. Têm, ainda mais, que ajudar a gerir seu próprio espaço, vindos de um tempo regido pelo olhar do outro, sem poder imprimir a essa gestão, iniciativas próprias.

Mudanças recentes na política nacional de assentamentos acenam para a incorporação de questões de gênero. Foram abertos novos horizontes no campo da titulação, do crédito agrícola e da assistência técnica. Entretanto, há que se examinar o que vem, de fato, significando o conjunto de políticas públicas dirigidas à promoção da autonomia econômica, elemento indispensável para a superação das desigualdades que marcam as vidas das mulheres assentadas e de outras trabalhadoras rurais.
No campo das associações, da politização de espaços de sociabilidade, as mulheres começaram por tomar a dianteira em questões de infra-estrutura, em reivindicações apresentadas à Prefeitura. A partir dessas iniciativas, começaram a discutir formas de complementar a renda, através, por exemplo, de hortas, de granjas, do trabalho em farinheiras, em padarias, dentre outras.
Por outra entrada, a emergência das mulheres rurais nos movimentos sociais proporcionou seu aparecimento como sujeito político, constituindo espaços importantes de ressignificação de suas atividades produtivas, não apenas em relação ao seu trabalho dentro do lote agrícola, mas também fora dele.
Diante desse quadro, as mulheres rurais vêm se mobilizando em esferas política e produtiva em busca de sua auto-afirmação. 
http://www.ufscar.br/neped/pdfs/anais/ALASRU_GT9_Henrique_Carmona_Duval.pdf