20/09/2013

Incra/GO cede área para construção de agroindústria no assentamento Rio Vermelho

A Associação de Mulheres do Assentamento Rio Vermelho (Amurv) comemora mais uma vitória: a cessão, por parte do Incra/GO, de um espaço dentro da área coletiva do assentamento para a construção de uma agroindústria de processamento de vegetais, doces e conservas. O contrato de cessão foi assinado na quarta-feira (18) pelo superintendente Jorge Tadeu Jatobá Correia e a presidente da Amurv, Elza Gonçalves de Oliveira Santos, no gabinete do Incra, em Goiânia.

Dona Elza – atual presidente da Amurv e moradora da parcela 16 do assentamento Rio Vermelho, localizado em Niquelândia, na região Norte do Estado –, explica que a associação foi contemplada com R$ 455 mil para implantação da agroindústria no assentamento. A trabalhadora rural informou que este recurso veio do Programa Redes para o Desenvolvimento Sustentável (ReDes), uma parceria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da empresa Votorantim Metais, que tem uma unidade no município.

O superintendente Jorge Tadeu parabenizou as integrantes da Amurv pela iniciativa. O superintendente avalia que experiências de produção coletiva tem mais chances de ser bem sucedidas porque contam com mais fôlego para resistir aos desafios do mercado, como transporte e comercialização.

Diana Maria Rodrigues Gebrim, integrante da Amurv e ex-presidente da Associação, conta que já aplicaram R$ 140 mil do recurso total na compra de sementes e de material para irrigação para três hortas, que juntas somam cerca de oito hectares. Com o restante do dinheiro, as mulheres vão construir o prédio que abrigará a fábrica e um poço artesiano para fornecer água para a produção.

Novas perspectivas

Segundo Diana, atualmente, a renda das associadas é de cerca de R$ 250,00 mensais. A expectativa é que este valor fique entre R$ 800,00 a R$ 1.000,00 ao mês, assim que a agroindústria estiver em pleno funcionamento. "Até metade do ano que vem a fábrica deve estar funcionando totalmente", considera.

É Diana quem lembra que em 2009 as mulheres do Rio Vermelho resolveram se unir para ter mais autonomia financeira com relação aos maridos. As camponesas começaram a vender doces, ovos e galinhas na cidade. Com apoio da equipe de assistência técnica do assentamento, na época prestada pelo Sebrae, por meio de um convênio com o Incra, elas foram contempladas com fogões, micro-ondas, geladeiras e freezers numa premiação da Cônsul Eletrodomésticos. Com estes equipamentos, as trabalhadoras rurais construíram com recursos próprios a sede coletiva para fabricação dos doces.

Para Diana, o prêmio Consulado das Mulheres foi o primeiro incentivo. "Ficamos confiantes. Agora, caminhamos com as próprias pernas para sair deste estado de alienação", avalia a trabalhadora rural. Ela afirma que o grupo que era formado, inicialmente, por mulheres hoje está agregando toda a família. Diana diz que é necessário ajuda de maridos e filhos para o trabalho nas hortas.